segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Prelúdio

Esse é o primeiro pedaço de um projeto literário que será publicado em partes aqui no blog. O nome do projeto é "Não foi uma bad trip" e ele foi desenvolvido em parceria com uma ex-colega que prefere ficar anônima



Prelúdio

Alice tem dois anos. Ela não gosta de fraldas. Que sentido faz cagar e ficar com a merda colada na bunda? Não, Alice não gosta desse tipo de coisa. Ela é uma garota limpa. Sempre que quer fazer as necessidades, ela abaixa as fraldas e faz no chão, como uma boa garota.

Os pais de Alice não entendem isso. Eles não se lembram como é desagradável andar por aí com merda roçando na bunda. Se lembrassem, não ficariam tão irritados ao ver sua princesinha cagando no chão recém-lavado.

Eles tentam ao máximo impedir que ela abaixe as fraldas, mas hoje ela está sozinha. Papai está trabalhando, mamãe está limpando a casa, o irmão assustador está trancado no quarto ouvindo uma música barulhenta. Ela está livre.

Alice sabe andar. Ela decide explorar o ambiente. Um dos caminhos leva ao quarto do irmão. Um barulho feio vem de lá. Alice não irá por esse caminho. Outro caminho leva até a sua mãe. Alice gosta de sua mãe, mas ir até ela agora iria estragar a sua liberdade recém descoberta. Cambaleante, Alice segue em frente. Ela entra na sala grande onde a família dela costuma se reunir à noite.

A barriga dela está estranha, alguma coisa está acontecendo. Ela tenta, mas não é rápida o bastante para tirar as fraldas. Um pouco de merda cai na sua mão enquanto ela tenta evitar a tragédia. É quente, ela gosta da consistência. Em poucos minutos, ela está alegremente brincando com seus excrementos. Um pedaço cai e mancha a parede. A mancha faz lembrar uma minhoca. Ela tenta fazer uma casinha para a minhoca, mas os riscos de merda não assumem a forma que ela quer. Bem... A nossa garota não é do tipo que desiste facilmente, e, afinal de contas, ela ainda tem muita parede para pintar.

A mãe de Alice volta para a sala e encontra sua linda filhinha coberta de merda em frente a uma parede pintada com merda. Há algo de profético nessa cena.

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