sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Everybody loves satan! ou Brincando com Pascal

Blaise Pascal nasceu em 1623. No livro “Penseés”, ele apresenta um argumento que supostamente demonstraria que acreditar no deus cristão era a melhor coisa que se poderia fazer. Até hoje, esse argumento ainda surge em discussões sobre o assunto.

Ele pode ser apresentado da seguinte forma:

Podemos acreditar ou não em Deus.

Deus pode ou não existir.

As combinações das possibilidades e suas conseqüências são as seguintes:






















Deus existe Deus não
existe
Acreditamos em Deus Felicidade Eterna Nada
Não
acreditamos em Deus
Sofrimento Eterno Nada




Logo, acreditar no deus Cristão seria a aposta mais segura, uma vez que não traria nenhum prejuízo e não excluiria a possibilidade da felicidade eterna.

Qualquer pessoa suficientemente esclarecida irá identificar facilmente as falhas desse argumento. Esse não é o meu objetivo aqui.

Proponho que aceitemos o argumento. Sim, acreditar em Deus é a melhor aposta. Mas como devemos adorá-lo? Que tipo de Deus é esse?

Tradicionalmente, dividimos deidades em três tipos: benignas, neutras e malignas. Para simplificar as coisas, vamos ignorar os deuses neutros (sua indiferença não afetaria o argumento).

Temos então duas possibilidades quanto a Deus: ou Deus é bom, ou Deus é mau.

Nós também temos duas alternativas quando ao nosso comportamento: ou veneramos um deus bom, ou veneramos um deus mau.

Vamos refazer a tabela:




















Deus é bom Deus é mau
Veneramos um deus bom Felicidade Eterna Sofrimento eterno. MUITO sofrimento. Se o Deus sumamente bom do cristianismo
condena
pessoas ao fogo eterno, imagine o que faria um deus maligno.
Veneramos um deus mau Um período de dor. Mas, como deus é infinitamente
misericordioso, seriamos
perdoados e atingiríamos a felicidade eterna.
O monstro está feliz conosco e não vai nos comer.

Ou seja, a melhor aposta é venerar um deus maligno. Esqueça as igrejas e a caridade. Vamos nos reunir em covis subterrâneos e sacrificar virgens. Vamos espalhar o caos pelo mundo, ouvir funk no ônibus, incendiar orfanatos. O deus bondoso nos perdoaria, o deus maligno nos aprovaria. Não há como perder.

Um comentário:

Anônimo disse...

BUMP!